segunda-feira, 5 de julho de 2010

Industria da Multa?


      Curitiba conta com pouco mais de 100 radares distribuidos por toda a cidade para fiscalizar o excesso de velocidade dos condutores. Os radares já chegaram a emitir mais de 460 mil notificações em único mês. E a questão principal em torno das penalidades é a chamada indústria da multa. As opiniões a respeito do assunto se dividem entre contra e a favor e quem acaba sentindo no bolso é o infrator, que desrespeitou a lei. 
    
        O especialista em trânsito Celso Mariano, discorda do título. Segundo ele as leis estão lá por algum motivo plausível, um deles é a proteção do proprio condutor. O especialista faz uma analogia e compara, “assim como a lei que exige que o condutor não faça uso de alcool foi apelidada de ‘Lei Seca’, as penalidades impostas aos infratores e a arrecadação gerada foram apelidadas de ‘Industria da Multa’ ”. Para ele os meios de comunicação contribuem para que esta imagem se torne comum entre a população.

    Ele mesmo que foi multado na data desta entrevista, afirma que os codutores que cometem as infrações sabem que estão agindo de forma ilicita. Para Celso, o principio do funcionamento do trânsito vem da educação de quem o utiliza, e consiste em respeitar o espaço do proximo. Celso conta que “só caberia o titulo industria da multa tal qual é popularizado, por exemplo, numa lombada eletronica que esteja ajustado abaixo da velocidade que esta declarada, marcando 50 Km/h, mas estando regulada para 45Km/h, isso sim é uma armadilha”.

  Numa opinião contrária, o blogueiro e jornalista Esmael Moraes acredita que a indústria existe e prejudica os motoristas desavisados. Ele afirma que as penalidades podem ser chamadas de “barbaridades que se cometem contra a cidadania, a economia e a lei”. 

      A grande maioria das multas emitidas tem fundamento, geralmente causado por excesso de velocidade e avanço de sinal vermelho. Estes são os causadores dos acidentes mais violentos. A maior reclamação em relação a arrecadação dos valores atraves destas infrações é o investimento que deveria ser feito com os recursos. O especialista Celso Mariano diz que desde que o CTB (Codigo Nacional de Transito Brasileiro) passou a vigorar, em janeiro de 1998 já haveria nos cofres publicos algo em torno de um bilhão de reais, dos quais 5% deveriam ser destinados a educação, porém não existem dados que comprovem o investimento. “Sem contar que o processo é contraditorio, se a fonte de investimento para a educação no transito vem das multas, o sucesso do porgrama elimina a fonte, e vira um círculo vicioso”.

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