terça-feira, 26 de outubro de 2010

Verão é tempo de Aranha Marrom

MATERIA PUBLICADA NO JORNAL COMUNICARE EM OUTUBRO DE 2009

Os incidentes poderão aumentar em até 260% segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Estado, que dá o alerta para que a população tome os devidos cuidados para se protegerem dos possíveis.

A Secretaria de Saúde do Estado (SESA) divulgou que em até novembro de 2009 foram registrados mais de 3.900 casos de pessoas picadas por aranha marrom no Paraná, sendo pouco mais de 3.100 só em Curitiba. E a previsão é de que este número pode aumentar em até 260%. Isto porque o calor faz com que o animal saia de sua toca para se alimentar e em Curitiba isto ocorre com maior freqüência, principalmente na primavera e no verão.
Durante as estações frias a Aranha quase não sai do seu habitat, pois não há muitos insetos, dos quais ela se alimenta e, portanto não pode gastar muita energia. Já no calor temos muitos mosquitos e outros insetos pequenos. A aranha sai para caçar e é nesta hora que acontecem os maiores casos de picadas. Elas estão geralmente em entulhos, atrás de quadros, embaixo das camas, onde há muito papel ou objetos guardados por muito tempo, onde ela fica enquanto está frio. 

“A maioria dos casos 
acontece quando o animal é
 pressionado contra o corpo,
 ao vestir uma roupa ou sapato.”



O Doutor Luiz Fernando Pereira, biólogo e professor da PUCPR, nos explica que “o verão é a estação preferida da Aranha Marrom. Nossa capital é muito fria no inverno mais é extremamente quente no verão. Há alguns anos não havia casos como estes em Curitiba, mas com toda a mudança de clima que está ocorrendo no mundo, tudo por nossa plena culpa, e o verão está cada vez mais com temperaturas elevadas estão ocorrendo muito variações no meio ambiente. Também em virtude do desmatamento e redução dos seus predadores (lagartixa, galinha e sapo), ela adquiriu hábitos urbanos e os acidentes aumentaram. Durante o inverno a Aranha fica numa espécie de acasalamento e reclusão, quando esquenta muito e de forma rápida ela sai com força total para alimentar-se e quando se sente indefesa acaba atacando para sobreviver”
Ele orienta a população com algumas dicas de prevenção. Afirma que para evitar este desagradável acontecimento é importante cuidar bem da higiene da casa, mas mesmo cuidando da limpeza é preciso estar atento pois o animal também habita em cascas de árvores, fendas de muros, paredes e forros, portanto vedar a entrada dela é importante para que ela não entre. No caso de o animal já estar vivendo dentro de casa, não se indica o uso de inseticidas para combatê-la, pois este tipo de veneno não é eficiente, mas funciona somente como um repelente, fazendo com que ela migre e possa ir para um local mais perigoso ainda, como uma cama ou um sofá. O certo mesmo é o bom e velho chinelo, que mata sem deixar dúvidas. Claro que não é aconselhável sair matando todos os animais, mas pelo menos aqueles que oferecem algum risco.

“Existe uma equipe de mais de cem profissionais 
do Centro de Saúde Ambiental que realiza 
diariamente o trabalho de prevenção e
 informação por toda a cidade.”




Existem várias espécies de aranhas pelo mundo, mas segundo Doutor Pereira, no Brasil somente a Aranha Marrom é capaz de matar um ser humano. O biólogo oriente “se a pessoa for picada e identificar que foi uma aranha marrom, não deve lavar, nem aplicar nada no local, mas sim correr para uma Unidade de Saúde imediatamente”. Porém se a pessoa sentir ardência e coceira sem ter certeza de qual animal ou inseto foi o causador, ainda assim ela deve se dirigir ao atendimento médico, para ser encaminhada se diagnosticada como picada de Loxosceles.
O Doutor lembra que existem ações da Prefeitura Municipal de Curitiba e Secretaria de Saúde do Estado. Existem também os mutirões de limpeza, uma equipe de mais de cem profissionais do Centro de Saúde Ambiental que realiza diariamente o trabalho de prevenção e informação por toda a cidade e o monitoramento de 2.500 locais estratégicos. São cemitérios, borracharias, garagens de ônibus, transportadoras e depósitos de material de construção passando por limpezas e inspeções periódicas. Mas como a maioria dos casos acontece quando o animal é pressionado contra o corpo, ao vestir uma roupa ou sapato, o biólogo reforça que o melhor modo de prevenção é mesmo a inspeção destes e outros objetos pessoais antes do uso, para evitar este contato inesperado.
MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL COMUNICARE EM NOVEMBRO DE 2009


Impasse entre ordem e cumprimento. A Urbs deveria ter desligado os radares das ruas de Curitiba logo apos o acórdão, mas isto ainda não aconteceu. Qual é o papel do radar afinal, punir ou educar?

O Tribunal de Justiça do Paraná acredita que a prestação de serviços por parte da Consilux, empresa que mantem os radares de Curitiba, é irregular. Segundo o TJ-PR o trâmite correto é um novo processo de licitação que deveria contratar uma empresa dentro dos parâmetros exigidos. No entanto a empresa que ainda está no posto, vem se mantendo por meio de aditivos de prestação de serviços desde 2001.
 No dia 03 de novembro saiu uma decisão em caráter liminar, da 4.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, ordenando a suspensão do contrato entre a Prefeitura e a Concilux, o que implica no desligamento dos equipamentos. A consequencia do desligamento dos radares é a maior discussão. A equipe do A Voz Curitibana ouviu alguns usuários do trânsito sobre o assunto. Uma enquete perguntou se os radares serviam para educar o condutor e somente 3% dos entrevistados acredita que sim, mas a grande maioria acha que não.
 A estudante de Jornalismo Cintia Aleixo, 20 anos, disse que para ela os radares não educam, mas sim agem de forma punitiva para quem infringe leis. Disse ainda que para educar os condutores será preciso bem mais que isso e que com certeza muitos e muitos anos até obtermos um resultado. Pedro Brasil Jr, editor de 35 anos, também acredita que os radares não são educativos. Ele afirma que “os radares foram colocados em pontos estratégicos apenas com o intuito de flagrar distraídos ou afobados. Trânsito é simplesmente uma questão de bom senso e educação. Não adianta radar se, ao passar por ele reduz-se a velocidade para menos de 60km/h e logo adiante, poucos metros, os condutores atolam o pé e lá vão perto dos 100Km/h. Fabricamos veículos potentes, enchemos as ruas e estradas de radares e o pior, temos que trafegar na buraqueira ou pagar pedágio para trafegar um pouco melhor. E paga-se muito por tudo isto sem que se veja uma solução". Para ele, uma primeira providência seriam as lombadas tradicionais, fiscalização e blitzes trariam um melhor resultado. 
Já a pedagoga e instrutora de trânsito Êrica Nickel, de 32 anos, acredita que o radar educa justamente através da punição, segundo Êrica “o adulto já adquiriu e reforça dia a dia comportamentos errados no trânsito. Os radares funcionam como um controle comportamental e educam por meio da punição, já que não temos educação de trânsito de qualidade e permanente”. Ela lembra que para mudar o comportamento é preciso educação a longo prazo, daquela que aprendemos em casa e na escola, fiscalização para fazer cumprir a lei e infraestrutura, como vias bem sinalizadas, adequadas a todos os usuários, etc.
Vanessa Serrão, consultora de vendas, de 27 anos, além achar que os radares educam, é contra o desligamento, até que o Curitibano e os brasileiros, como um todo, sejam de fato educado antes de começarem a dirigir. Assim como o web-designer de 28 anos, Ronaldo Ribeiro, que considera que mesmo não agindo de forma educativa, ele serve para manter a ordem no trânsito das cidades. 
O engenheiro especialista em trânsito Celso Alves Mariano lembra para o fato de que o trânsito tem tido índices crescentes de acidentes, e estes estão se tornando cada vez mais violentos. Ele acredita que ações sociais, campanhas e a mídia ajudam muito, mas não é o suficiente. Segundo o especialista o radar é importante, mas educação não pode ser somente punitiva, como o que acontece com quem ultrapassa os limites de velocidade.  A população de hoje, condutores ativos, em sua maioria, segundo Celso, não foi educada para o trânsito, e se a quantidade de acidentes ainda não virou uma carnificina, é por que muitos têm medo, seja de ser multado ou mesmo de morrer por conseqüência de um acidente. Para ele desligar os radares não será uma boa idéia, pois estes índices com certeza aumentarão, e isto vai impactar principalmente em gastos da verba pública, dinheiro que poderia ter como destino a construção de escolas, hospitais e a educação, principalmente para o trânsito.
Celso compara os infratores, inconscientes do trânsito, com aqueles que não se cuidam na hora da alimentação, ou que fumam. O ato de dirigir ou estar dentro de um carro em movimento sem o cinto de segurança é o mesmo que fumar, a diferença é que o efeito do primeiro é imediato e pode envolver outras pessoas. No entanto ainda se vê com facilidade nas ruas, muitos condutores sem cinto, ao volante, e até com um cigarro na mão. Ele finaliza dizendo que o começo deste trabalho para melhorar o trânsito nacional é a conscientização, principalmente dos órgãos responsáveis, mas também por parte dos próprios condutores, que precisam entender que o trânsito machuca, de verdade.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Tempo instável é sinal de prejuízo

    Moradores de algumas regiões da Grande Curitiba ficam sempre alerta. Se o tempo fechar pode ser que não dê tempo de salvar seus pertences. Esta é a realidade de algumas pessoas que residem próximo a rios ou córregos. Quando acontecem chuvas muito fortes os rios não conseguem dar vazão a todo o volume de água. A estrutura urbana agrava a situação com a poluição e o entupimento de bueiros com o acúmulo de lixo. As consequências são a perda de moveis e até da residência por completo. A secretária do lar Sonia Aparecida de Sousa conta que na região onde mora, existem muitos catadores de lixo reciclável. O que eles arrecadam e não usam acaba indo parar nos rios próximos. Quando chove o resultado é só um, enchente. Sonia aborda a questão da impermeabilização da natureza. “Cobrem os rios para construir suas casas, assim, em dias de chuvas fortes, os rios acabam transbordando. 
    E acabam prejudicando as pessoas que têm suas casas regularizadas” diz. Ela ainda destaca que no seu bairro existem algumas indústrias e estas fazem a sua parte cuidando para não poluir o meio ambiente. No início deste ano o mau tempo e os danos causados a população levou os mo redores das regiões afetadas a protestarem, exigindo uma posição mais ativa dos governantes.
 Para apoiar as pessoas que sofrem com as consequências das cheias o governo atua liberando o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, FGTS. É feita uma analise da ocorrência e se for constatada pertinente o recurso é liberado. 
    O gerente da Caixa Econômica Federal, Rafael Vinicius Machado explica que as agências bancárias atuam somente como "pontes" do dinheiro liberado entre o órgão e o beneficiado, mas quem detém o poder de decidir sobre a liberação é o Governo Federal. Segundo Machado “existem verbas de emergência previstas nos orçamentos das esferas do Poder Público” e por este motivo quanto mais as cidades forem afetadas, pior é para os cofres públicos. Pode ser que o Governo Federal precise arcar com valores que não estavam previstos, e causar um desequilíbrio na economia nacional. Um exemplo de mudanças na economia é o reajuste de seguro de automóveis. Este serviço pode sofrer alteração nos preços devido às mudanças repentinas do tempo. 
    O que acontece é que as seguradoras estão tendo cada vez mais trabalho em ressarcir ou recuperar os danos causados pelo mau tempo. Chuvas fortes, vendavais e enchentes são os principais causadores desses estragos e sendo assim os valores acabam se elevando. O caso mais frequente é quando o veículo é arrastado pela correnteza das cheias.  A Defesa Civil nacional disponibiliza através do www.defesacivil.gov.br informações detalhadas sobre o auxílio prestado em casos de desastres naturais e orienta sobre como proceder em situações de emergêcia.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Verdade ou mentira...

O caldo de informações pode conter alguns caroços

A malha cibernética dos códigos binários e sua infinita ordenação que montam e remontam as informações é a segunda maior fonte de informação e de troca dela, em todo o mundo. No Brasil uma pesquisa encomendada pela Máquina da Notícia ao VoxPopulli apontou a TV na liderança do fornecimento de informações com 55,9%, e a internet em segundo com 20,4%. Sendo assim o consumidor que ficava somente em frente às telas somente absorvendo informações, já não é um simples anônimo, ele tem a opção de se expressar livremente através de seu blog, ou Twitter. Mas também não poderá ainda ser considerado um profissional de comunicação, se não tiver a formação necessária. A grande concentração de atenções neste mundo maravilhoso da internet nos conduz a erros e acertos. É quase que de uma facilidade infantil, escreve-se o tema desejado na barra central e “shazam!”, surgem milhões de resultados. Quais deles vão realmente trazer aquilo que procuro? Quais são de fontes confiáveis? Existem muitos que são a mera opinião de quem escreveu. Outros são mesmo informações falsas e até caluniosas.

A democratização do espaço virtual trouxe uma enxurrada de coisas sem nexo, todo mundo quer falar o que pensa. Poucos trazem embasamento para tanto. O conceito de verificação e checagem das informações que tanto é incentivado aos jornalistas não é um hábito entre alguns blogueiros e twitteiros, por exemplo. Alguns deles acabam por repassar sem muita preocupação tudo aquilo que escutam, que lêem, ou que “ficam sabendo”. Quem perde com isso? A sociedade, talvez, ou eles mesmos, que uma hora ou outra vão acabar saindo desta situação de forma não muito agradável. Como ocorreu no caso em que Rubens Barrichello abriu um processo contra o Google, em 2006, exigindo que os perfis falsos da rede Orkut que estivessem relacionados a ele fossem retirados.

A sociedade perde com isso? Sim, claro que perde. Quando existe o repasse de uma quantidade enorme de informações que mal se pode distinguir o bom do ruim, o certo do errado, a situação fica complicada. O espectador não consegue digerir aquilo que está recebendo e então não processa a mensagem que realmente deveria absorver, mas sim só um monte de informações que o confundem cada vez mais. Existem teorias “da conspiração” por parte de alguns céticos de que isto é tática para manter o povo ocupado, como a TV que mostra milhões de propagandas barulhentas e coloridas, que hipnotizam o consumidor e o convence de que ele precisa daquilo para viver. Pode ser que seja. Pode ser que não. Acredito que depende de quem está do lado de cá da telinha ou do monitor. Você tem discernimento para absorver o que importa para você, o que é real? Ou vai acreditar que tudo que você lê, assiste ou escuta é verdade?

Renato Vinicius Filipov, pós-graduado em engenharia de software pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) fez um alerta para a veracidade das informações em seu blog recentemente. Segundo ele é preciso ter olhar crítico para poder identificar o falso e o verdadeiro. No blog Renato conta que a defesa do Google no caso do processo de Rubens Barrichello apresentou a afirmação de que eles somente disponibilizam a ferramenta, mas não se responsabiliza previamente pelo conteúdo publicado. Textos, vídeos, perfis falsos, notícias, e até o site Wikipédia, que serve como uma “Barsa” já tem aquela fama de não-confiável. Se for precisar da informação para algo mais sério é melhor checar para não haver complicações. 

Na dúvida não (acredite) publique!