Lá fora, neste instante, o céu está ficando escuro, por que já anoitece, e por que o tempo está feio. Vai chover. Tem um casamento acontecendo no Hotel, vejo a movimentação e penso: a vida anda pra frente, ninguém pensa no que passou, no que acabou. Eu ouço música enquanto escrevo, e por incrível que pareça, cantarolo. Estou feliz.
Aconteceu nos últimos três dias, 31 de maio, 01 e 02 de junho, o Intercom Sul, na cidade de Chapecó, na região oeste de Santa Catarina, se tropeçar, cai no Rio Grande do Sul. Aqui cabe um comentário, achei que ia voltar embora falando cantadinho, dizendo "toda vida reto" como o catarinense do litoral. Mas o sotaque aqui é muito parecido com o do paranaense e ainda se confunde com o riograndense. As pessoas falam "bah" e usam um vocábulo entre as falas, uma espécie de "hãã", enquanto pensam no que vão falar... Vejo isso na faculdade e no trabalho, às vezes. O congresso reuniu estudantes - óbvio - do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e tem dentro da programação o Expocom, que já está na 35ª edição. Pois é aí que começa a minha história.
Eu vim para Chapecó pois fui selecionada para a etapa regional do Expocom, que depois reúne os vencedores no Intercom Nacional, que neste ano vai acontecer em Fortaleza - CE. Já vou logo contando que não ganhei, não passei para a etapa nacional, não fui classificada. To repetindo assim pra ver se eu realizo a situação. Fiquei triste, é claro, eu vim para apresentar um trabalho do qual me orgulho bastante, apesar de saber que poderia ter ficado melhor. Mesmo assim, acima desta tristeza, ainda está um orgulho sobressalente, de poder dizer que fui selecionada, entre tantos trabalhos, e de lembrar que fui elogiada pela professora avaliadora, que disse que a ideia e a realização do projeto eram "muito boas". Obrigada, professora! Talvez por isto eu cantarole agora...
Não ganhei a etapa regional, mas ganhei o suficiente para mim. Ganhei uma quantidade de experiência que não sou capaz de descrever. Presenciei a apresentação de artigos de diversos assuntos, dentro da comunicação. Participei de debates sobre curtas, documentários, radialismo, educação e comunicação, emprego, estágio, remuneração, diretrizes curriculares e tantos assuntos que não me lembro agora, mas que como boa aluna e uma "caloura" congressista, anotei, para poder lembrar depois. Troquei telefones e emails com as pessoas que me deram esta oportunidade, com a intenção, é claro, de trocar e aprimorar o conhecimento.
Desculpe a precariedade da foto, mas eu (ainda) não tenho uma câmera decente. Este é o Professor Marques de Melo, agradecendo a homenagem recebida. |
Eu e o professor Eduardo. Eu registrei pois foi um momento bem significativo para mim. Pessoa linda, ele. |
Tive ainda a oportunidade de, com a professora Fran Rebelatto, da TVE - RS, participar de uma oficina sobre documentário. Perfeita. Aprendi muito, pensei novas possibilidades, tive uma nova perspectiva sobre concepção e produção de documentários, que tanto amo. Ficamos até o final também, conversando e contando "causos". A professora aproveitou a situação, com poucas pessoas, e nos presenteou com dvd's dos documentários que ela havia trazido como exemplos. Ganhei o dvd do "Quieta, non movere", de Lucho Bernal, apresentado por ela como exemplo de cuidado estético, cuja fotografia é belíssima.
Além destes, teve a Carolina, a Beatriz, o Tiago e o Lauriano, entre outros mestrandos, que apresentaram seus artigos sobre o audiovisual. Aprendi ainda mais. Eu já gostava de produções audiovisuais e agora, depois de tanta discussão e aprendizado, tenho certeza de que este é o caminho que quero trilhar. Apesar de ter o dom de escrever bastante - o que não significa qualidade - eu gosto mesmo é de gravar, editar e "contar a história pela imagem", como disse a professora Fran. Por isto, e por todas as outras coisas, estou muito feliz.
E termino este "editorial-sem-fim" agradecendo àqueles que fizeram, deste, um momento possível na minha vida. O Eduardo, o Amauri, o Gabriel, a Fernanda, a Camila, o Leonardo, a Suyanne, a Monica e o CACOM (me desculpe se esqueci alguém). Marido, chefes, amigos, professores e colegas que me deram força, financiaram, apoiaram e incentivaram de alguma forma, além é claro de me liberarem para estar ausente nestes dias. Não coloquei os nomes completos para preservar as pessoas, mas cada um sabe que é dele que estou falando. A vocês, meu muito obrigada!
A situação descrita no início - que muitos nem lembram mais, se é que alguém está lendo este texto chato - diz respeito às coisas que têm importância apenas para alguns. Hoje é o casamento, amanhã ou depois é a vida normal. Assim como ganhar ou perder o primeiro lugar num congresso, amanhã ninguém lembra mais. Mas o conhecimento, ah, o conhecimento não se perde nunca, e o melhor, não ocupa espaço!
Agora vou ler meu livro, ver meu filme, e pensar no próximo trabalho que vou inscrever no Intercom Sul 2013. Tentar: sempre. Perder: às vezes. Desistir? Jamais!
- e me desculpe o tamanho do texto. Falei muito e ainda assim não contei tudo que vi -
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