segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A fotografia profissional e a abertura de mercado

Fatias de mercado para todos os tipos de profissionais, os iniciantes e os renomados

Se tem uma polêmica acerca da fotografia, esse assunto é a abertura de mercado - ou o que chamam de prostituição de marcado - e a profissionalização dos fotógrafos.
A abertura de mercado se dá principalmente pela democratização da tecnologia da fotografia, que barateia o serviço. Simplificando: com pouco dinheiro você compra uma boa câmera de entrada e já pode sair clicando.

Pouco dinheiro aqui significa pelo menos R$ 1500. Considerando que os equipamentos fotográficos são caros e os impostos no país dificultam ainda mais, este valor é razoavelmente baixo.
Mas ter uma DSLR de entrada não significa que você já é profissional, e sim que possui um equipamento e pode se aperfeiçoar para poder prestar serviços de fotografia. É com a profissionalização que você vai entrar no mercado e então começar a montar um bom portfolio, como fotógrafo profissional. O problema é quando o proprietário de uma câmera se diz profissional, sem formação ou experiência para tanto.
Muito do trabalho envolve o seu dom, o seu olhar para criar belas imagens e saber captar os momentos delicados, as emoções, dos eventos ou mesmo da produção que está fotografando, além do conhecimento a respeito das técnicas da fotografia. E deste modo a valorização virá. Assim como qualquer outra profissão a fotografia exige experiência e conhecimento.
Com a experiência começam as vir os grandes contratos, e aí você poderá precificar corretamente o seu trabalho. Uma fotógrafa que admiro muito - e que infelizmente deixou o meio há pouco tempo - a Cláudia Regina, abordou o tema falando mais especificamente sobre quanto cobrar na hora de fazer um ensaio, ou a cobertura de um evento.
Aqui o debate ganha força, pois se você é um iniciante com sua câmera de entrada - que já aprendeu a usar o modo manual da câmera DSLR -, dificilmente vai conseguir vender ensaios fotográficos ou coberturas de evento por valores altos, por mais bem produzidos e fotografados que sejam.
Significa que você está fora do mercado da fotografia?
Não, do meu ponto de vista, pelo menos. Significa que uma parcela de mercado que não é atingida por fotógrafos renomados - desses que cobram altos preços - pela sua classe social ou pelo seu menor poder aquisitivo, estará lá para contratar seus serviços. E neste momento temos parcelas de mercado e públicos para todos os tipos de fotógrafos, os mais renomados e caros, e os mais acessíveis, mas não menos competentes.
Claro que você não vai cobrar menos do que o próprio custo para fazer um ensaio fotográfico completo, pois não dá para pagar pra trabalhar - veja o artigo da Cláudia Regina sobre os custos da profissão. Aqui acontece a prostituição de mercado. Se for o caso, no começo da montagem do seu portfolio, dê preferência por dar ensaios de presente - para os amigos, para a família, etc -, para não desvalorizar a profissão. Além disso, é importante valorizar o seu trabalho, mostrar para o seu cliente que contratar o seu serviço é um investimento, e não um gasto.
E no final das contas, lembre-se: dê o seu melhor. Cobrar um valor abaixo do mercado só porque você não tem tantos gastos não te dá o direito de fazer fotografia "meia-boca", hein! Os ensaios, mesmo os mais em conta ou os que são presente, devem ser feitos com toda a qualidade profissional que você tiver a oferecer, prestando serviços com responsabilidade. Não esqueça que são estes trabalhos que vão fazer o seu nome no mundo da fotografia.

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