segunda-feira, 13 de junho de 2011

Hipertexto -> Pierre Lévy




A hipertextualidade é uma das características da comunicação atual, que proporciona acesso a diversas formas de ver uma mesma matéria, ou diferentes textos sobre o mesmo assunto, com informações complementares, fatores históricos e outras adições de conteúdo, navegando entre as ramificações deste único assunto.  As principais características do hipertexto são intertextualidade, velocidade, precisão, dinamismo, interatividade, acessibilidade, estrutura em rede, transitoriedade e organização multilinear.
O termo hipertexto foi utilizado inicialmente por Theodore Nelson, na década de 60, conceituando a ligação entre textos que convergissem para um mesmo assunto central, porém com algumas variações, tanto de abordagem, quanto de mídia. Porém a idéia de hipertexto já vem de muito tempo anterior a isto, desde os séculos XVI e XVII, nos quais pesquisadores identificaram a hipertextualidade na presença de notas explicativas, não lineares, no texto, ou notas de rodapé, como conhecemos hoje. 
Segundo o filósofo Pierre Lévy, o conceito de hipertexto foi utilizado pela primeira vez pelo matemático e físico Vannevar Bush em seu artigo “As we may think”. Segundo Lévy, Bush utilizou da hipertextualidade a partir do momento em que o cientista contestou a forma como os artigos eram feitos, de forma hierárquica e linear, diferente do que funciona um cérebro humano. Sendo assim, Bush idealizou o Memex (Memory Extension), que organizaria informações em um volume que o cérebro humano não seria capaz de armazenar, e as indexava por associação, da mesma foram que a mente humana trabalha no armazenamento de dados.
Retornando a Ted Nelson, em meados de 1960, um sistema chamado Xanadu viria a substituir o Memex, de forma mais eficiente e ao que todos teriam acesso. Mesmo com toda esta tecnologia, avançadíssima para a época, segundo Pierre Lévy, os dois estudiosos, Bush e Nelson, não alcançaram a magnitude que, inicialmente, eles mesmos sonharam. E Lévy explica que isto se deve a três fatores principais. O primeiro é a falta de ciência a respeito de programar bancos de dados acima de determinada grandeza. Em segundo lugar está a dificuldade de convergir, indexar e digitalizar diversos arquivos em um único meio armazenador. A terceira razão seria a então falta de conhecimento para a formulação e organização de “hipertextos gigantes”, o que exigiria um grande trabalho de minuciosa organização de informações.  
 Lévy finaliza sua análise a respeito do hipertexto considerando que, como no campo do digital tudo ainda está por ser aprendido, não existe quem domine esta vocação, e que atualmente não existem hipertextos universais, mas sim sistemas de porte modesto, voltados para uso quase que particular.  O que temos hoje na World Wide Web e o sistema de hipertexto mais completo e aproximado ao que os dois pensadores idealizaram há mais de 60 anos.


fontes: LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro dom pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto - Acesso em 13/06/2011 - 13h 

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